quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A tal da experiência...




Todos nós queremos nosso lugar ao sol no mercado de trabalho, mas na maioria das vezes, nos esbarramos no quesito experiência. Empresas e contratantes diversos não conhecem outra palavra. É preciso experiência até mesmo para conseguir o primeiro emprego. Como então, adquirir experiência se não há a primeira oportunidade? Infelizmente, a exigência por experiência prévia acontece em todos os ramos de atividade e no jornalismo não é diferente. Imagine quantas pessoas perderam uma grande chance de mostrar sua capacidade e de se destacar no mercado porque o empregador simplesmente não o contratou, alegando “falta de experiência”. Não é por isso que existe o tempo de experiência!!! Quanta incoerência!!
Pior é saber que as empresas contratantes negligenciam as leis trabalhistas. Você sabia que a lei 11644, sancionada pelo Presidente da República e em vigor desde março deste ano, em seu 442º artigo diz literalmente que: “Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de atividade.”
E existem empresas aos montes, exigindo, no mínimo um ano de experiência. Há aquelas ainda mais exigentes: pedem até cinco anos de experiência comprovada. Basta ver as descrições das vagas de grandes veículos, por exemplo.
Se o mercado de trabalho está desse jeito, como adquirir experiência se a maioria dos veículos não dá oportunidade? Como saber se você será capaz de continuar em alguma atividade se não tentar?
Como se não bastasse tamanho absurdo, há muitos jornalistas que o aceitam resignadamente. A nossa classe deveria ser uma das primeiras a lutar contra essa situação. Que argumento terá o jornalista ao exigir o cumprimento da lei no exercício da sua função, se é o primeiro a aceitar esse tipo de exigência arbitrária? Enquanto isso, as empresas jornalísticas continuam praticando esse abuso. Não sejamos apáticos e lutemos pelos nossos direitos, os mesmos de qualquer trabalhador brasileiro.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Jornalista sabe ouvir?

Já parou para pensar como os ruídos de comunicação nos atrapalham? Em casa, no trabalho, na rua, em qualquer lugar ou circunstância se não nos comunicarmos bem, isto é, se não conseguirmos nos fazer entender pelo interlocutor (com quem estamos conversando), certamente, teremos problemas. Este é o incômodo ruído na comunicação.
Teorias à parte, comunicação, hoje em dia, é a palavra-chave. Quem não sabe se comunicar, leia-se: se expressar corretamente a ponto de se fazer entender, estará fadado ao fracasso, sobretudo, no mercado de trabalho.
Uma pessoa me disse, certa vez, que um colega seu de trabalho era super comunicativo. Ele tinha presença nas reuniões, era eloqüente e sua maior marca era a persuasão. O discurso era muito bom, mas na prática, os resultados não convenciam.
O tempo passou e sua produtividade não persuadia mais ninguém. Era muito político, amigo de todos, mas se pudesse, esmagaria quem fosse para ocupar um cargo de destaque na empresa. A tal pessoa sabia se comunicar, mas era um mau profissional.
Na verdade, essa pessoa sabia se colocar em público e utilizava a comunicação de maneira egoísta e oportunista. Sem sabedoria alguma. Pois é. Neste processo do "tornar comum", a sabedoria vale ouro. Falar a coisa certa no momento apropriado é fundamental para o sucesso em nossa comunicação diária. O segredo é saber ouvir.
Já reparou que as brigas familiares começam com pequenas discussões em que uma das partes só quer falar e não ouve o outro? No ambiente de trabalho é a mesma coisa. Se apenas um quiser impor seus argumentos e se achar sempre certo, ainda que eloqüente, não saberá ouvir o que seus superiores têm a dizer e fatalmente será demitido. E se não ouvir o colega de trabalho, também será dispensado, pois provou que não trabalhar em grupo.
Ser comunicativo não significa que a pessoa seja flexível. Ao ouvir o outro, nos colocamos no lugar dele e aprendemos com ele. Quando compreendemos o ponto de vista do nosso interlocutor, ainda que descordemos da sua opinião, o respeito à posição dele cria um ambiente favorável. O relacionamento fica positivo, o trabalho rende, conseqüentemente, a comunicação é eficaz.
Costumam dizer que a pessoa que trabalha com comunicação, jornalista em especial, necessariamente, precisa ser extrovertida e comunicativa, leia-se: falante. Esta questão é controversa. Penso que não se trata de falar aleatoriamente, por impulso, mas falar o que realmente importa. Ser um bom ouvinte é essencial para uma boa comunicação.

Logo, para o jornalista saber ouvir é tão importante quanto falar, senão, mais.

Exercite, seja um bom ouvinte!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Política e internet



As eleições municipais estão próximas e muitos candidatos lançaram mão da internet como palanque para divulgarem suas propostas de governo. Mas essa tão importante ferramenta de comunicação vem causando polêmica.
Entre as restrições impostas pelo TSE aos candidatos durante o periodo de campanha, está o uso da rede mundial de computadores. Ou seja, a campanha partidária deverá se limitar aos sites pessoais dos candidatos e a mídia eletrônica fica proibida de difundir opinião favorável ou contrária a candidato e ainda de dar tratamento diferenciado a eles. Mas os jornais e revistas que têm suas páginas na internet poderão fazê-lo. Estranho. E os blogueiros e tantos outros internautas, como ficam na história?
Quer dizer que a opinião favorável ou contrária a determinado candidato, por exemplo, pode ser publicada num jornal impresso, mas não pode ser reproduzida em um blog? Quanta incoerência! Cercear a liberdade de expressão é censura.
Apesar da legislação eleitoral, está cada vez mais comum encontrar páginas de candidatos em sites de relacionamentos como orkut, facebook, myspace, foruns, blogs, entre outras midias sociais. Vale tudo para atrair simpatizantes e conquistar o eleitorado, garantindo o tão esperado voto.
Muitos questionam essa prática, mas o fato é que a democracia começa com o acesso à informação. Logo, toda forma de debate é válida. Por que não apresentar propostas e discutir idéias em fóruns e outros sites da internet?
Limitar o acesso à rede mundial de computadores, seja por motivo político ou qualquer outro, significa retroceder no tempo e apagar tantas conquistas da sociedade a partir da democratização da informação.
Não se pode equiparar a internet à TV e ao rádio, que são concessões públicas do governo. Se nesses veículos, a propaganda é gratuita, imagine na internet. A liberdade de ação deveria ser bem maior.
O seu alcance deveria por si só, justificar sua utilização para fins políticos. De todo modo, não serão medidas tolas, que irão restringir o uso da internet.
Talvez por isso, o TSE pretenda revisar a legislação em torno do uso da internet em campanha eleitoral.
Enquanto isso, os internautas continuam a criar sites, blogs ou comunidades pró ou contra candidatos.
É visível que a mudança não está no uso da internet, mas naquilo que se propõe à sociedade como plataforma de governo.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Desabafo de uma jornalista

Deve ser engano. Não é possível. Milhares de profissões são reconhecidas pela sua contribuição à sociedade, menos a minha. Ser jornalista, hoje em dia, não tem valor algum. Pelo menos para as autoridades que pretendem votar a favor da desregulamentação da profissão. Se aprovado pelo STF o recurso extraordinário, que isenta o diploma do profissional de jornalismo, qualquer um que nem tenha concluído o Ensino Fundamental, por exemplo, poderá exercer a profissão.

 Como isso entristece, irrita e causa indignação. Nenhum outro profissional faz idéia de quão prejudicial este recurso é para o jornalista. Quer dizer que depois de 70 anos de regulamentação da profissão e mais de 40 anos de criação dos Cursos de Jornalismo não valerá de nada os esforços para manter níveis satisfatórios de qualidade à profissão? Quanta energia desperdiçada! Quanto desgosto!

 É revoltante saber que pessoas sem formação nem ética estarão aos montes nas redações, se esta medida for aprovada; como se não bastassem, hoje, os apadrinhados encherem os corredores dos veículos de comunicação.

 Imagine se essa medida, se aprovada, fosse aplicada às demais profissões. Médicos, dentistas, advogados, engenheiros, arquitetos, professores e outros tantos profissionais não precisariam de diploma para exercer suas funções. Seria um verdadeiro caos. Pessoas multiladas, deformadas, desdentadas, pontes, casas e prédios desabando, pessoas analfabetas ...seria um desastre. E por que pensar que a profissão de jornalista é menos nobre do que as demais? Seria pedir muito a mesma consideração?

 Caso seja aprovado este recurso, o nivelamento do jornalista será muito baixo. E em vez de ajudar, o STF fará muito mal ao povo brasileiro, permitindo que profissionais medíocres prestem serviço à sociedade.

 Sei que o diploma não é garantia de um bom trabalho, mas é no banco acadêmico que se aprendem as técnicas de redação, os princípios éticos da profissão, se estuda a cultura de massa, as novas tecnologias da informação, se reflete sobre a democratização da informação e outros aspectos que, certamente, quem um belo dia acordar e decidir se tornar “Jornalista” não saberá.

 O talento e a experiência são importantíssimos, mas a formação acadêmica merece igual destaque.

 Em vez de propor um recurso absurdo desse, não seria melhor haver um controle de qualidade mais rigoroso dos cursos de jornalismo no Brasil? Que tal criar um conselho nacional dos jornalistas, um órgão responsável pela fiscalização da profissão e que criasse normas para a atividade jornalística no Brasil, nos moldes, por exemplo, da OAB e do CFM (Conselho Federal de Medicina) para garantir um nível elevado de qualidade ao jornalismo brasileiro?

 Desregulamentar a profissão de jornalista é preguiça das autoridades de pensarem em soluções mais eficazes.

Em defesa do diploma

 Fenaj, Sindicatos de Jornalistas e entidades de classe apoiadoras da campanha em defesa do diploma vão realizar no dia 17 de setembro, às 13h, na Praça dos Três Poderes, em frente ao Supremo Tribunal Federal, em Brasília, um ato público a fim de mobilizar a categoria e toda a sociedade contra o Recurso Extraordinário RE/511961 que pode eliminar a obrigatoriedade do diploma em Curso Superior de Jornalismo.  O Supremo Tribunal federal (STF) deverá votar o recurso neste mês. 

  A Fenaj e os sindicatos estão engajados na divulgação do movimento e lançaram mão de são algumas das estratégias. Entre elas, convocação de coletivas de imprensa, contatos com parlamentares e autoridades, coleta de assinaturas para um abaixo-assinado em defesa da constitucionalidade do diploma como requisito para o exercício da profissão e o lançamento do livro “Formação Superior em Jornalismo - Uma exigência que interessa a sociedade”.

  A campanha em defesa do diploma conseguiu importantes apoios como o do presidente da CUT, Artur Henrique da Silva Santos que se posicionou em favor da convocação da Conferência Nacional de Comunicação - e do senador e ex-Vice-presidente da República Marco Maciel (DEM/PE), que se dispôs a expor sua posição em nota pública a ser divulgada no Congresso Nacional nesta semana.

Fonte: Fenaj

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Freelancer: o profissional que não ganha como merece

Não há dúvidas de que o trabalho do jornalista freelancer tem suas vantagens. Uma delas é poder trabalhar em horário flexível e em casa. Mas será que realmente o freelancer é independente? Só se for do espaço físico das redações convencionais, porque o trabalho de seguir a linha editorial do veículo para o qual presta serviço e a cobrança a todo momento continuam seguindo este profissional. Vale lembrar que o freelancer sempre corre o risco de levar calote de um cliente. Por isso, a seleção é importante.
Mas como selecionar o cliente ideal- aquele que sempre terá um projeto bacana para você participar e seja correto em cumprir com o pagamento, e justo, no prazo? Está cada vez mais raro encontrar um veículo assim. Simples. Não porque todos sejam trapaceiros, mas porque os bons já possuem dezenas de colaboradores. É preciso quase implorar uma chance para uma editora ou agência, por exemplo.
Talvez por isso, muitos prefiram o clima estressante e de muita pressão das redações, pois têm a certeza de que irão receber no final do mês, assim como garantida está a matéria de cada dia.
Outro dia, em um fórum no site Via 06, um jornalista dizia que alguns sites voltados para o profissional freelancer, praticamente, leiloam o trabalho dos jornalistas. E o arremate não era alto. Ao contrário; quem cobrasse menos pelo trabalho, participava do projeto. Isso é o fim!
Freelancer não precisa pedir esmolas!
A jornalista Ceila Santos, em seu blog, certa vez desabafou e disse o quão difícil é se praticar os valores da tabela de serviços freelancers, elaborada pelo sindicato dos jornalistas. Concordo.
Por que os veículos e demais clientes insistem em rebaixar o trabalho do jornalista freelancer?
Não estudamos quatro anos exaustivamente para pedir migalhas. Será que o ensino Superior, MBA e outros cursos não servem de nada?
Muitos acham que a experiência vale mais. E a formação? Onde fica na história?
A desvalorização começa pelo próprio profissional. No desespero de conseguirem cliente, os jornalistas freelancers acabam negociando por baixo e muito baixo, por sinal, o seu trabalho.
Não digo todos, mas uma grande parte faz isso. Essa é a razão pela qual há uns que conseguem trabalho e outros não. Simplesmente porque um chega a cobrar R$ 30 a matéria e o outro pratica o valor da tabela: R$ 173. (valor atualizado)
O profissional gasta tempo, telefone, internet, faz pesquisas, tenta enriquecer ao máximo seu trabalho e seu esforço não vale de nada? Ao que tudo indica, a realidade do jornalista freelancer está mais negativa do que muitas contas bancárias, inclusive, as nossas.
Amigos jornalistas freelancers, vamos valorizar mais nosso trabalho. Dessa forma haverá mais chances para todos.
O preço da gasolina a cada dia aumenta e nem por isso, todos os carros do planeta converteram ao gás natural. Os motoristas continuam precisando do produto, apesar dos reajustes.
O mesmo pode acontecer conosco. Se todos praticassem em suas negociações os valores do sindicato, não haveria quem procurasse aquele freela que cobra R$ 30 por matéria.
Seria pedir muito? Pense nisso!

Valores de trabalhos em Assessoria de Imprensa

O Sindicato dos Jornalistas do estado de São Paulo atualizou, no dia 16 de junho, os valores para os serviços em Assessoria de Imprensa/Comunicação.

Confira a tabela:

Hora de trabalho para a elaboração de projeto e o atendimento de conta, que pode englobar as seguintes atividades: reunião de briefing, planejamento, produção, textos, relacionamento com a imprensa e fechamento/avaliação, sendo que qualquer trabalho básico de assessoria comporta um mínimo de 15 horas.----R$ 203 por hora
Por dia, para atendimento e cobertura em eventos e coletivas---R$ 230 de seg. a sábado
------ R$ 460,00 aos domingos
Para trabalhos contratados por período de 30 dias--------R$ 3.208,00
Redação de artigos (por lauda de 1.400 caracteres)--------R$ 217,00
Redação de discursos por lauda (tempo médio de leitura/lauda - 2,5 minutos) ---R$ 260,00

terça-feira, 15 de julho de 2008

Dicas para o futuro jornalista

Antes de ingressar na faculdade, ou mesmo cursando jornalismo, o estudante idealiza a profissão. Imagina que o futuro será cercado de muito glamour ou de sucessos constantes. Mas nem sempre quem sai da faculdade, consegue seu lugar ao sol ou pretende seguir a profissão pelo resto da vida. Às vezes, basta uma decepção para encerrar a carreira tão sonhada. Talvez isso ocorra, pela falta de preparo.

Por isso, quem escolhe a profissão de jornalista deve estar atento ao mercado de trabalho. Ainda na faculdade, deve adquirir experiência. Além de participar de laboratórios em diferentes áreas, durante a graduação, ingressar em programas de estágio mantidos pelas empresas de comunicação pode ajudar muito o futuro profissional a colocar em prática a teoria.
Uma dica aos estudantes de jornalismo para facilitar o acesso ao primeiro emprego é buscar informações em livros específicos da área. Assim, poderá conhecer um pouco mais sobre o perfil de sua profissão e a realidade de mercado.

O livro Jornalista, da série profissões, publicado pela editora Folha é uma boa opção. O livro traz informações importantes sobre como se preparar para ingressar no mercado de trabalho e os dez mandamentos do futuro jornalista. Vale a pena.

Anote aí:

Editora: Publifolha

Páginas: 144

Quanto: R$ 19,90




Dez mandamentos do futuro jornalista


1. "O domínio da língua portuguesa é requisito básico na profissão. Habitue-se a ler diariamente jornais, revistas e livros e a manter-se atualizado com os demais meios de comunicação.

2. Prepare-se para passar alguns sábados e domingos dentro de uma redação ou na rua apurando uma matéria. A notícia não cumpre agenda e precisa ser divulgada todos os dias, sem descanso.

3. Saiba que o trabalho em equipe é importante na profissão. Ouça o que as pessoas têm a dizer, aprenda com os mais velhos e respeite os mais jovens. O jornalismo é uma carreira dinâmica, e nada melhor do que construir uma sólida rede de contatos.

4. Nem o melhor dos jornalistas sabe tudo de todos os assuntos. Seja humilde e, em dúvida, não tenha vergonha de perguntar.

5. Domine as ferramentas básicas de informática e aprenda um ou mais idiomas, em especial o inglês.

6. Descubra "quem é quem" na área; mais do que isso, saiba construir sua rede de relacionamento, sua network, importante em qualquer carreira, principalmente na área de comunicação.

7. Seja curioso, busque novos conhecimentos e amplie seus horizontes. Um bom jornalista tem na bagagem um vasto repertório de informações.

8. Seja ético e honesto em seu trabalho, pois só assim conseguirá o respeito e a credibilidade que o distinguirão na carreira.

9. Procure especializar-se numa área pela qual você tenha interesse genuíno.

10. Valorize a vida acadêmica e desenvolva senso crítico para ingressar e permanecer no mercado de trabalho."


Fonte: Livro Jornalista, Publifolha

A importância da Assessoria de Imprensa

Fundamental, nos dias atuais, para a consolidação da imagem de organizações, produtos ou nomes, a Assessoria de Imprensa (AI) configura-se como uma importante ferramenta a pautar a mídia. O resultado mais evidente de sua atuação é a produção diária de notícias a partir de assuntos sugeridos pelos sistemas de comunicação, seja de empresas, entidades, instituições, pessoas físicas ou organismos governamentais.
Dado o número de assessorados potenciais, fica praticamente impossível a difusão de notícias sem a participação da AI. Ela contribui diretamente para a atualização das informações na mídia, por isso, pode-se dizer que uma de suas funções mais importantes é a de identificar assuntos úteis ao público, sob o ponto de vista jornalístico. Isso implica priorizar o leitor, ou seja, fornecer informações, ainda que o cliente não seja o foco principal.
No entanto, a AI adota uma série de mecanismos para que o assessorado alcance suas metas. Entre eles destacam-se: produção de releases, notas ou artigos opinativos, distribuídos estrategicamente à imprensa; checagem do recebimento de informações (folow up); coleta de informações divulgadas na mídia sobre o cliente (clipping); atualização de páginas na Internet; planejamento estratégico, implantação de sistema de comunicação interno em organizações com a produção e edição de boletins, revistas, intranet; treinamento dos assessorados no trato com a mídia (media training), entre outras ações.
Em tempos de Internet, mídias sociais -blogs, podcasts, webcasts- e novas tecnologias, tornou-se necessário trabalhar a imagem do assessorado por meio de um jornalismo bem feito. Nenhum veículo pretende pasteurizar a notícia, apenas adaptadando releases, uma vez que os demais receberam a mesma mensagem. Desse modo, o assessor, que também é um jornalista, precisa considerar as diferentes linhas editorias dos veículos, seus interesses, o perfil do leitor, entre outras características, como a estrutural, por exemplo. Em emissoras de rádio, por ter equipes mais enxutas, as pautas são distribuídas de maneira geral.
Diante disso, quanto mais direcionada, objetiva e confiável for a informação e o relacionamento entre AI e mídia, maior será o interesse em divulgar o assessorado. Há casos, em que uma sugestão de pauta lançada durante uma conversa com o jornalista é decisiva para produzir uma notícia.
Como administra informações e pretende ser uma fonte de credibilidade, cabe a AI traduzir da melhor forma a mensagem para que nenhum ruído de comunicação ocorra, sobretudo, em situações de conflito envolvendo seu cliente e o público. Nesse caso, o gerenciamento de crise, por meio da divulgação de notícias corretas e verdadeiras, é essencial.
No processo de comunicação, as pautas são fundamentais no dia-a-dia das redações, pois são idéias sobre a realidade dos assessorados que de alguma forma irão influenciar a sociedade. Logo, AI tem influência direta na geração de notícias, conseqüentemente, na formação da opinião pública.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Tabela de Serviços Jornalísticos

Os sindicatos dos jornalistas de São Paulo e Rio de Janeiro atualizaram a tabela de serviços jornalísticos para profissionais que atuam como freelancer.
A mais recente modificação é de junho de 2008.

Reportagem para qualquer mídia
Com uma fonte (Página com 1.400 caracteres, incluindo espaços) ...... R$ 173,00
Com duas ou três fontes (mais 25%)..............R$ 216,00
Com quatro ou mais fontes (mais 50%).........R$ 260,00
Diárias
De segunda-feira a sábado (5 horas) ....... R$ 414,00
Domingos (5 horas) .....................R$ 622,00
Hora extra
De segunda-feira a sábado (a cada hora) ........... R$ 124,35
Domingos (a cada hora) ................R$ 186,53
Edição
Standard ..............R$ 176,00
Tablóide.................. R$ 128,00
Revista .................... R$ 104,00
Veículo Eletrônico (Pág.1400 caracteres, incluindo espaços).............. R$ 201,00
Pautas
Pauta com até 3 contatos prévios ...................... R$ 204,00
Pauta com mais de 3 contatos prévios ............. R$ 272,00
Revisão
Lauda com 1.400 caracteres, incluindo espaços - por leitura............R$ 11,00
Número médio de laudas por tipo de impresso
Standard: 10 laudas
Tablóide: 5 laudas
Revista: 3 laudas
Cartilha: (A5) 1,5 laudas
Tradução
Por lauda com 1.400 toques ............... R$ 34.00

Última atualização: 17 de junho de 2008



Rio de Janeiro

Reportagem para qualquer mídia
Com uma fonte (Página com 1.400 caracteres, incluindo espaços) ...... R$ 156,00
Com duas ou três fontes (mais 25%) ............R$ 195,00
Com quatro ou mais fontes (mais 50%)................R$ 234,00
Diárias
De segunda-feira a sábado (5 horas) ........... R$ 414,00
Domingos (5 horas) .........R$ 622,00
Hora extra
De segunda-feira a sábado (a cada hora) .............. R$ 124,35
Domingos (a cada hora) ..................R$ 186,53
Edição
Standard .................R$ 159,00
Tablóide................ R$ 116,00
Revista ................ R$ 94,00
Veículo Eletrônico (Pág. 1.400 caracteres, incluindo espaços)............ R$ 201,00
Pauta
Pauta com até 3 contatos prévios ............ R$ 184,00
Pauta com mais de 3 contatos prévios ............... R$ 245,00
Revisão
Lauda com 1.400 caracteres, incluindo espaços - por leitura.......... R$ 26,00
Número médio de laudas por tipo de impresso
Standard: 10 laudas
Tablóide: 5 laudas
Revista: 3 laudas
Cartilha: (A5) 1,5 laudas
Tradução
Por lauda com 1.400 toques ..... R$ 33,09

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Bicentenário da imprensa brasileira


Este ano a Imprensa Nacional completa duzentos anos de existência e sua história se mistura a do País: com muitas lutas e conquistas. Fundada em maio de 1808, ano em que D. João e a Corte Portuguesa se instalaram no Brasil, fugindo de Napoleão Bonaparte, a Imprensa Régia era uma publicação sujeita a forte censura, sevia como meio de divulgação sobre os feitos do Império e para impedir o aparecimento ou divulgação de qualquer coisa contra o reino, a família e os bons costumes.
No dia 10 de setembro de 1808 foi publicado o primeiro jornal brasileiro oficial: “A Gazeta do Rio de Janeiro”. Uma publicação com notícias sobre a natureza européia, documentos oficiais, as virtudes da família real etc. Havia também jornais não oficiais. “O Correio Brasiliense” ou “Armazém literário”, de Hipólito José da Costa, maçônico foragido que redigia o jornal na Inglaterra e exportava por meio de contrabando para o Brasil, tinha mais de 100 páginas. Era vendido, em média, uma vez por mês.
A Revolução do Porto pôs fim ao absolutismo português e exigiu a volta de D. João VI em 1820. O processo de independência foi acelerado. Um dos maiores exemplos do papel da imprensa na independência foi o “Revérbero Constitucional Fluminense”, escrito por Gonçalves Ledo e Januário da Cunha Barbosa, em setembro de 1821. Em São Paulo, o primeiro jornal impresso só foi surgir em 1823; era o chamado “Farol Paulistano”. O “Diário do Rio de Janeiro” era um jornal um pouco diferente. Ele levava a neutralidade ao extremo.
Após a independência, a imprensa viveu um período de agressões aos jornalistas e muitos tumultos. A aristocracia rural brasileira, liderada por José Bonifácio, perseguia de maneira implacável seus opositores. No entanto, os jornais não davam trégua aos portugueses, embora a Assembléia Constituinte e o imperador fizessem parte do maior palco de atritos. Com o espancamento do jornalista David Pamplona, a situação tornou-se mais grave. D. Pedro I, então, dissolveu a Assembléia Constituinte, dando força à imprensa. Cipriano Barata foi o jornalista que mais se destacou na época, que foi caracterizada pela participação de grandes escritores, dentre eles, alguns dos maiores autores da literatura brasileira.
Nos anos seguintes, surgiram publicações importantes, que fizeram parte da história do Brasil e revolucionaram a imprensa: “O Diário do Rio de Janeiro” (1857), a revista de caricatura “Brasil Ilustrado” (1855), “Revista Ilustrada” (1876), jornal “A República” (1870), “Correio Paulistano”, “A Província de São Paulo” (1889), que passou a se chamar “O Estado de São Paulo” e Gazeta de Notícias (1907), o primeiro jornal editado em cores.
Hoje, o jornalismo está ao alcance de todos, ou quase todos. Jornal, Rádio, TV, Internet. Em tempos dedial-up, speedy, LP, satélite, fibra ótica, entre outras conquistas tecnológicas, o jornalismo assumiu uma escala global. No Brasil, a imprensa ainda caminha em busca do tempo perdido, lutando pela democracia da informação.

Substitutivo Mansur: debate será aprofundado

O substitutivo que proíbe a concessão de registro provisório para o exercício da profissão de radialista, ainda vai render muita discussão. Após a audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, na semana passada, o deputado federal Beto Mansur (PP/SP) retirou seu substitutivo ao PL 1337/03 da pauta da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) e disse ser necessária uma discussão mais apronfudada sobre o assunto. Segundo o deputado, será realizado um seminário na Câmara, envolvendo profissionais, parlamentares e entidades representativas tanto das empresas de rádio e TV, como profissionais da área a fim de debater a questão.
Em seu substitutivo, o deputado federal concorda com a proposta de extinguir o registro provisório e amplia as atribuições da profissão de radialista, que ficariam autorizados a exercer atividades como a redação de notícias de rádio e televisão.
Já a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) é contrária ao projeto por considerar que ele transfere aos radialistas atividades e funções que hoje são atribuídas aos jornalistas de rádio e televisão.
O presidente da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade, disse apoiar o projeto original, do deputado Wladimir Costa (PMDB-PA), que proíbe a concessão de registro provisório para o exercício da profissão de radialista, mas é contra o substitutivo. “O documento usurpa funções de jornalistas em rádio e TV ao prever como função de radialistas atividades como reportagem e redação de notícias de rádio e televisão, e isso nós não aceitamos”, esclarece.
Em resposta. Mansur afirmou que a realidade das emissoras do interior é diferente da das grandes capitais. "Eu não acho que o repórter que faz a cobertura tenha que ser jornalista. Acho, inclusive, que poderia haver cursos superiores para as várias atividades desenvolvidas nas emissoras de rádio e televisão", disse. "Ninguém vai querer aprovar uma legislação restritiva. Por que os jornalistas devem ter o monopólio dessa atividade?", indagou.

Fontes: Agência Câmara e Fenaj

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Funções dos jornalistas de rádio e TV em discussão na Câmara

Afinal, radialistas têm ou não a missão de jornalistas? Há quem diga que o profissional possa exercer essa função desde que formado em jornalismo ou com o devido registro, ainda que provisório. Outros não concordam tão facilmente com isso. O fato é que o Projeto de Lei 1.337/03, que tramita na Câmara sobre a regulamentação profissional de jornalistas de rádio e televisão tem dado muito que falar. O texto original do PL tinha como objetivo acabar com o registro provisório entre os radialistas.
No entanto, o centro das discussões, segundo a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), seria outro: o interesse de empresários de comunicação em retirar as atividades e funções desses profissionais. Para a Federação dos Jornalistas, o substitutivo apresentado pelo deputado federal Beto Mansur (PP/SP) atende claramente aos objetivos dos patrões, ou seja, da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert), que teria feito a proposta da alteração.
Do outro lado, Mansur diz que apenas teria ouvido pedidos de diversas associações de radialistas para realizar o substitutivo. Resultado: criou-se um mal estar entre o deputado e as entidades representativas dos jornalistas por não terem sido consultadas a respeito do substitutivo.
Na tentativa de resolver a questão, representantes da Fenaj, Federação Interestadual de Trabalhadores em Empresas de Rádio e Televisão (Fitert), representantes das Emissoras de Rádio e Televisão e de pesquisadores da área, e o parlamentar Beto Mansur (PP-SP) se encontrarão, amanhã, dia 10, em uma audiência pública na Câmara.
O substitutivo regulamenta a profissão do radialista e determina que ele execute funções, antes, realizadas somente por jornalista, como a de redação e apresentação de notícias, repórter de rádio e TV, entre outros.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Curtas do Jornalismo

Comemorações Dia do Jornalista
Jornalistas de todo o país se mobilizaram pelo centenário da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e o dia da classe, comemorado ontem, dia 7 de abril. A FENAJ e os Sindicatos de Jornalistas lançaram nota oficial alusiva à data, que foi registrada pelo senador Paulo Paim (PT/RS) no plenário do Senado e em diversas casas legislativas estaduais e municipais.
Na nota oficial, a FENAJ e os 31 Sindicatos de Jornalistas defenderam a aprovação de uma nova Lei de Imprensa “em substituição a um dos entulhos da ditadura”, e a realização de uma Conferência Nacional de Comunicação “ampla, democrática, com efetiva interferência da população brasileira”. O documento também ressalta como importantes para os jornalistas “a denúncia do arrocho salarial, do desemprego e da precarização das relações trabalhistas e a reivindicação de melhores condições de trabalho”, a defesa da obrigatoriedade da formação universitária especifica para o exercício da profissão e a constituição de um Conselho Federal dos Jornalistas.

Centro de Cultura e Memória do Jornalismo
Na semana em que se comemora o Dia do Jornalista, a classe será agraciada com um espaço que vai abrigar a história da imprensa no Brasil. Trata-se de um projeto que irá criar no Rio de Janeiro, o Centro de Cultura e Memória do Jornalismo. O evento será lançado amanhã, dia 9, na sede da ABL ( Academia Brasileira de Letras). O espaço deverá contar com um acervo permanente de peças históricas e organizar cursos, seminários e exposições, além de abrigar livraria, café, biblioteca e auditório. O acervo documental incluirá depoimentos de jornalistas, que resgatarão a história do desenvolvimento do jornalismo nacional. Segundo sindicato dos jornalistas do município do Rio, entidade que teve a iniciativa de criar o Centro, inicialmente, ele funcionará em um portal. Na segunda fase, o centro terá sua sede própria aberta ao público.

Semana de festa
O sindicato dos Jornalistas da Bahia realiza até o dia 14 de abril a Semana do Jornalista, em comemoração ao Dia Nacional dos Jornalistas, e ao seu aniversário de 63 anos do Sinjorba, em 14 de abril. Entre as festividades destacam-se eventos com temas relacionados à categoria e à luta pelo respeito à regulamentação profissional, Lei de Imprensa, saúde e previdência social, mercado de trabalho e exposição de imagens. No sábado, dia 12, uma festa dançante marcará as comemorações do Dia do Jornalista e os 63 anos do Sinjorba.
A Semana do Jornalista será encerrada com uma oficina sobre Empreendedorismo, organizada pelo Sebrae e que ocorrerá no dia 14. A intenção é orientar a categoria como abrir empresas de jornalismo, já que hoje o mercado tem empurrado os jornalistas para a condição de PJs.

Exercício da democracia
Em São Paulo, o Dia do Jornalista foi marcado por uma assembléia geral. Segundo a entidades, mais de 150 associados estiveram presentes na assembléia que aprovou quatro alterações no estatuto do Sindicato, todas referentes ao processo eleitoral da entidade, que passarão a valer já na próxima eleição, prevista para abril do próximo ano.
Entre as mudanças estão: a redução de cinco para três no número de diretores inscritos nas chapas; a composição da Comissão Eleitoral a partir do resultado da votação de chapas apresentadas na assembléia, desde que cada uma delas consiga, no mínimo, 10% dos votos válidos e o fornecimento de lista de associados aptos a votar na eleição.

Congresso Estadual
A diretoria do Sindicato dos jornalistas do Estado de São Paulo está agendando, tanto na Capital quanto no Interior e Litoral, uma série de plenárias para as discussões de teses e escolha dos delegados ao 12º Congresso Estadual dos Jornalistas, que acontece nos dias 30, 31 de maio e 1º de junho. Esta edição do Congresso Estadual será em São José do Rio Preto e conta com o apoio da Prefeitura daquele município e da FENAJ. As inscrições para os demais interessados - que arcarão com suas despesas de estadia e alimentação - vão até o dia 21/05. Informações e inscrições pelo telefone (11) 3217-6298 ou e-mail congresso.estadual@sjsp.org.br

Tendências do Jornalismo Online
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul promove no dia 10 de maio o seminário 'Tendências do Jornalismo Online', das 13h30min às 17h. No plenarinho da Assembléia Legislativa do RS, em Porto Alegre, vão estar nomes como Pedro Dias Lopes, editor-chefe da ZeroHora.com, Mary Silva, editora-executiva do portal Ziptop / JornalNHOnline, Telmo Flor, editor-chefe do site do Correio do Povo e chefe de redação da versão impressa, e Sérgio Lagranha, editor-chefe do site e jornal Diário Popular, de Pelotas.
O investimento é de R$ 10 para estudantes não-sindicalizados, R$ 30 para público em geral, e gratuito para estudantes e jornalistas sindicalizados, em dia com as mensalidades. Informações: 51-3226-0664.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Dia do Jornalista

Hoje, 7 de abril, é dia do Jornalista. Com tantas limitações, ainda há motivos para se comemorar. Mesmo com baixos salários, precárias condições de trabalho, legislação atrasada e bastidores politicamente incorretos, a imprensa brasileira agradece àqueles que lutam por fazer o melhor de suas profissões. Aqueles heróis diários que batalham por seu espaço. Aqueles que tentam fazer um trabalho ético e amam sua função.
Parabéns, jornalista!





Em Defesa da democracia

Hoje, também é comemorado o centenário da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Criada no dia 7 de abril de 1808 para assegurar os direitos dos jornalistas, a associação foi uma entidade de classe que fez história no País. Seu idealizador foi o jornalista Gustavo de Lacerda, que não aceitava a idéia de que jornais fossem empresas. Para ele, esses veículos deveriam ter cunho social e funcionar por meio do cooperativismo, em que todos saíssem ganhando, desde a cúpula ao trabalhador mais simples.
Durante a Ditadura Militar no Brasil, a ABI foi sinônimo de oposição a esse regime. Lutou com todas as forças pela democracia e pela liberdade de expressão. Nessa época, não só os civis tinham seus direitos cerceados como os meios de comunicação sofriam severa censura. A perseguição contra jornalistas era cerrada. Parecia o Império, quando escritores e jornalistas abolicionistas eram combatidos e presos.
Contra os ataques à imprensa, a ABI fez um trabalho de bastidores, intercedendo às autoridades pela libertação de jornalistas presos e por meio de manifestações públicas contra qualquer ato de censura.
Em outros momentos políticos do Brasil, a imprensa foi censurada. Anos antes da ditadura, no governo de Arthur Bernardes, em 1922, a liberdade de expressão foi atacada. No ano seguinte, Barbosa Lima Sobrinho lançava o livro O problema da imprensa, um dos principais manifestos pela liberdade de expressão no Brasil. Três anos depois, assumia pela primeira vez a presidência da ABI.
A ABI esteve presente em outros acontecimentos importantes do país como na campanha "O petróleo é nosso", no fim dos anos 1940, que culminou na criação da Petrobras, em 1953.
Ainda na ditadura, em 1975, promoveu um ato em homenagem ao jornalista Vladimir Herzog, morto nas dependências do DOI-Codi, em São Paulo. Participou das campanhas pela anistia, pelo fim da Lei da Segurança Nacional, pelas eleições diretas e pela convocação da Assembléia Nacional Constituinte.
Quando a ditadura de Getúlio sucumbiu à abertura política e aos direitos civis, a ABI desempenhou um papel importante na campanha pelas Diretas Já. Somente no governo Collor, a imprensa teve passe livre para fazer seu trabalho. Tanto que investigou e denunciou as irregularidades, cuja confirmação resultou na renúncia do presidente para escapar do impeachment.
Ainda hoje, a ABI luta pela democracia, até mesmo em governos considerados democráticos como o de Lula. Em 2004, a entidade foi contra a criação do Conselho Federal de Jornalismo, proposto pelo governo. A associação considerou essa proposta como um ataque à liberdade de imprensa desde os governos militares e se mobilizou fortemente. Resultado: o governo desistiu do projeto.
A ABI nos mostra ao longo da história política do País que sem união e princípios verdadeiros não se consegue lutar pela liberdade de expressão. Foi graças a manifestações e perseverança em uma causa, que muitas vidas foram salvas no período da ditadura e nossa imprensa, hoje, tem a liberdade de se expressar e exercer o seu trabalho. Por pior que sejam as condições de trabalho e exista o sensacionalismo e a mercantilização da notícia, ainda é possível fazer um trabalho honesto no Brasil.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Lei de Imprensa



A dicussão em torno da Lei de Imprensa brasileira ainda está truncada e ao que tudo indica, a "novela" está longe de um final. Existem dezenas de projetos em tramitação no Congresso Nacional sobre a Lei. Alguns parlamentares chegaram a dizer, até, que ela não seria necessária.

É lamentável que a Lei de Imprensa esteja tão ultrapassada e não haja uma nova capaz de regular a relação entre os meios de comunicação, os profissionais de imprensa e a sociedade de uma forma democrática.

Tudo parece confuso. O Supremo Tribunal Federal suspendeu 20 dos 77 artigos da Lei de Imprensa. O Congresso Nacional retomou a discussão sobre o tema. No Senado, surgiu nova proposta de acréscimo à Lei 5.250/67. Fala-se em aprovar o substitutivo Vilmar Rocha (projeto de lei 3.232/1992), que entre outras ações, proibe a apreensão de publicações ou suspensão de transmissões de rádio ou TV, defende a agilidade do direito de resposta, a garantia da pluralidade na cobertura de questões polêmicas, o Serviço de Atendimento ao Público nos veículos de comunicação e regras transparentes para matérias pagas.

Enquanto isso, alguns senadores continuam propondo acréscimos e outras emendas aos parágrafos da Lei. Para a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), esta seria a hora de aprovar o substitutivo e assim, garantir mais transparência entre os meios de comunicação e a sociedade. Mas a tramitação do substitutivo ainda está em discussão.

Vamos esperar o desenrolar da questão. Continua o desejo de uma reformulação na Lei de Imprensa e que esta não seja uma mordaça à atividade jornalística ou mais um mecanismo oportunista do governo, de uma minoria, ou de quem quer que seja. Mas um instrumento para a sociedade brasileira. Também devemos estar atentos e saber até onde a lei se separa da ética.
Confira uma ótima reportagem sobre a Lei de Imprensa:
Fonte: Canal da Imprensa

quarta-feira, 26 de março de 2008

Realidade cruel: jornalista ganha mal


"Jornalistas brasileiros contam com piso salarial de no máximo R$ 2 mil". Ao ler essa manchete no Portal Imprensa pensei: talvez seja engano, não é possível. Essa notícia nunca gostaríamos de veicular. O que muito se comenta é que o profissional da educação ganha mal. Os professores, sim, ganham uma miséria. Assim, pensa o senso comum.

Mas não é apenas essa classe que luta para sobreviver. Ao lado dela, muitas outras tentam se equilbrar. O jornalista também tenta esticar o dinheiro no final do mês. A profissão não é tão glamourosa como muitos imaginam.

A maioria dos profissionais de imprensa discute a questão legal da função como a necessidade de diploma e as condições de trabalho, grande parte, precárias, o que é louvável e bastante pertinente. Não podemos nos esquecer, entretanto, que o debate sobre as questões financeiras merece igual importância.

A luta pela melhoria salarial se faz urgente!

Na matéria, escrita por Marina Dias, no Portal Imprensa, um dos grandes problemas apontados pela maior parte dos sindicatos de jornalistas do Brasil é o baixo piso salarial. O aumento do salário-base fixo é a principal dificuldade. Um levantamento realizado pelo Portal com os presidentes sindicais de todo o País, citado na reportagem, revela a cruel realidade do mercado: os pisos salariais variam entre R$ 1 mil e R$ 2 mil para 5h horas trabalhadas, chegando a um mínimo de R$ 730 em veículos do interior do Espírito Santo.
"Diferentemente do que se imagina, os salários mais baixos pagos para jornalistas estão nas regiões Sul e Sudeste do Brasil", aponta a matéria. "Além dos mínimos do Espírito Santo e Dourados, os Estados de Santa Catarina (R$ 1.050), Rio Grande do Sul (R$ 1.220) e São Paulo (R$ 1.248, para profissionais de Rádio e TV) chegam a um piso máximo de R$ 1,5 mil. "
Há o outro lado da moeda. Segundo a matéria, "os assessores de imprensa podem comemorar, já que, em praticamente todas as regiões, ganham mais que todos os outros tipos de jornalistas, como os de redação, rádio e TV.
Outro dado curioso está no Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco. Com 60 anos de existência, a entidade ainda enfrenta dificuldades financeiras constantes e não possui um piso salarial fixo. Atualmente, existe apenas um "salário-base" no Estado, de R$ 1.330.

A única exceção que sai totalmente fora dos padrões dos pisos de até R$ 2 mil é o município do Rio de Janeiro. Com um salário-base de R$ 3.684 para 5h trabalhadas e de R$ 5.894 para 7h, os jornalistas cariocas são os mais bem pagos do País. "

O que se vê é a falta de linearidade salarial entre as regiões brasileiras e a triste realidade do mercado, que insiste em nos impor um saláro miserável. Os jornalistas como muitos outros profissionais se transformaram em heróis diários, sempre à procura de um complemento para o orçamento. Mas não merecemos esmolas. Somos dignos de um salário justo.



Não aceite migalhas. Amigos jornalistas, se unam e façam a diferença!

terça-feira, 4 de março de 2008

Curtas do jornalismo

Seminário
Começa amanhã, dia 5, o período de inscrições para o I Seminário Nacional sobre Conhecimento do Jornalismo e II Seminário do Programa Nacional de Estímulo à Qualidade do Ensino de Jornalismo e do Estágio Acadêmico, que acontecem de 27 a 30 de março, em Florianópolis.
Leia mais no site do sindicato dos jornalistas de São Paulo
http://www.jornalistasp.org.br/

Dia da mulher
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, as revistas Claudia, Nova, Elle, Estilo e Bons Fluidos, da Editora Abril, lançam a terceira edição do projeto "Mulheres do Brasil", que compreende um evento, um suplemento especial e um hotsite.
O evento acontecerá no dia 7 de março, em São Paulo. Convidados e uma platéia de aproximadamente 400 pessoas vão debater o tema "O Avesso da Mulher Nota 10".
Leias mais em: http://portalimprensa.uol.com.br/

Congresso jornalismo investigativo
Será realizado entre os dias 8 e 10 de maio na UNI-BH, em Belo Horizonte, o 3º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. O evento terá cerca de cem palestrantes, entre convidados da Inglaterra, Estados Unidos, América Latina e dos principais veículos de comunicação brasileiros. Leia mais no : http://www.abraji.org.br/

Congresso empresarial
Será realizada entre os dias 3 e 5 de maio, em São Paulo, a nona edição do Congresso Brasileiro de Jornalismo Empresarial, Assessoria de Imprensa e Relações Públicas. O tema do evento será a Comunicação Corporativa e a Empresa do Futuro – mapas da estrada.” Serão realizadas 7 conferências magnas, 28 palestras temáticas, 10 workshops, 4 visitas guiadas às redações da Central Globo de Jornalismo, dos jornais Folha de S. Paulo e Valor Econômico e da Editora Abril, 4 visitas culturais e a Feira de Comunicação Empresarial.
Leia mais em: http://www.jornalistasp.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=531&Itemid=2

domingo, 2 de março de 2008

Pisos salariais do jornalista

Pisos Salariais 2007-2008
Setores
5h
5h + 2 EXTRAS
Jornais e Revistas da Capital
R$ 1.650,44
R$ 2.640,71
Jornais e Revistas do Interior e Litoral
R$ 1.335,00
R$ 2.136,00**
Rádio e Televisão - Capital
R$ 1.248,00
R$ 2.184,79*
Rádio e Televisão - Interior e Litoral
R$ 796,00
R$ 1.392,95*
Assessoria de Imprensa
R$ 1.836,46
R$ 2.938,34***
* Vigência: 1º/12/2007 a 30/11/2008
** Vigência: 1º/06/2007 a 31/05/2008
*** Vigência: 1°/10/2007 a 31/05/2008

Fonte: Sindicato dos jornalistas de São Paulo ( Atualizado em 11 de janeiro de 2008)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Jornalista deve ter registro junto à DRT

O SJSC reconhece a importância da confirmação, na semana passada, do Ministério Público de Santa Catarina, através da Promotora de Justiça Carla Mara Pinheiro Miranda, da comarca de Itapema, da necessidade de cada veículo de imprensa ter um Jornalista responsável como forma de inibir o anonimato e adequar as empresas jornalísticas locais às normas da Lei de Imprensa. É considerado como jornalista aquele profissional que detém o registro de jornalista junto à DRT, conforme determina a legislação que regulamenta a profissão de jornalista.
A medida da promotora Carla Miranda é de grande importância para a categoria em razão do descumprimento sistemático por parte de agumas empresas de comunicação de acatar a legislação que rege o exercício profissional do jornalismo. No entanto, o SJSC ressalta que a exigência deve ser referente ao registro profissional na DRT. O Sindicato alerta que o registro profissional é fundamental para o exercício da profissão de jornalista, conforme o previsto na lei de imprensa 5.250, no artigo 7º, parágrafo 1º (leia mais www.sjsc.org.br/legislação), sem a obrigatoriedade de vínculo com a entidade sindical. A associação ao Sindicato da categoria é livre e deve ser espotânea por parte do profissional. O SJSC, ao mesmo tempo, observa que a sindicalização tem grande importância para o fortalecimento e a defesa do respeito à categoria e ao jornalismo.

Fonte: http://www.sjsc.org.br/ ( Sindicato dos jornalistas de Santa Catarina)

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

ABI completa um centário em abril

Há cem anos nascia a Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Com a proposta de lutar pelos direitos dos profissionais de imprensa, a ABI fez parte da história brasileira. Defendeu a liberdade de informação, os direitos humanos, lutou contra a ditadura.

Nos anos 50, se viu dividida pela opinião de dois líderes jornalistas de idéias completamente diferentes: Pedro Mota Lima, importante membro da equipe de direção do diá­rio comunista Imprensa Popular, e Carlos Lacerda, que ascendia a líder da direita no país e combatia a ditadura do presidente Getúlio Vargas.

Na década de 70, a sede da ABI sofreu um atentado anônimo em represália à postura da entidade em defender os direitos humanos e a liberdade de expressão. Essa luta se intensificou a partir do assassinato do jornalista Vladimir Herzog nas masmorras do Doi-Codi do II Exército, em São Paulo, em outubro de 1975".

A Associação participou ativamente dos principais momentos da história brasileira, como na campanha "O petróleo é nosso", sediando as reuniões anteriores à Lei de 1953, que instituiu a Petrobras. Durante os dois regimes ditatoriais, além da colaboração com o Sindicato, a ABI também intermediou a soltura de jornalistas presos e ajudou outros a retornar do exílio antes de serem anistiados.

Leia a matéria com o presidente da ABI desde 2004, Maurício Azêdo. http://portaldacomunicacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=20600

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Dicas de assessoria de Imprensa

Por mais preparado que um assessor de imprensa se julgue, nada como buscar o aperfeiçoamento para desenvolver um bom trabalho. O manual de assessoria de comunicação elaborado pela Fenaj é uma ótima ferramenta tanto para os inciantes na profissão quanto para os mais experientes. Nunca é demais buscar conhecimento. Então, confira algumas dicas:


Preparando a fonte para entrevistas
- Entrevistas à imprensa precisam ser preparadas quando a empresa ou instituição tem algum fato a comunicar à opinião pública. Para a entrevista ser bem conduzida, e não fugir a seus objetivos, procure adotar os seguintes procedimentos:
- Prepare-se previamente. Se possível, faça uma simulação conduzida pelo jornalista que o assessora. Evite surpresas. A assessoria deve providenciar materiais como tabelas, fotos e gráficos, para apoiar a informação que pretende divulgar;
- Prepare-se com números e documentos, se necessário. A assessoria pode apoiar na organização desse material, além de verificar possíveis erros de português;
- Coloque-se à disposição do repórter para complementar alguma informação necessária após a entrevista.

Atendendo a imprensa em situações de crise
- Não fugir da imprensa. Antecipe-se à própria iniciativa da imprensa em descobrir o que ocorreu;
- Faça um completo levantamento da situação, preparando-se com dados, números e informações atualizadas;
- A assessoria de comunicação deve preparar um texto informativo descrevendo o fato ocorrido e enfatizando as providências da empresa. O texto deve ter, no máximo, duas páginas e ser entregue aos repórteres;
- Evite o uso de palavras alarmistas ou negativas. Não amplie o efeito negativo da ocorrência com suas palavras;

Como se preparar para as entrevistas coletivas
- Entrevistado deve ser pontual. A assessoria deve escolher bem o local onde será realizada a entrevista, além de antecipar, de forma geral, o assunto que vai ser tratado na coletiva;
- Evite coletivas no final do dia, a não ser que o tema tratado tenha surgido no meio da tarde, e seja de urgência, impossível de deixar para o dia seguinte.
- Por questão de tempo os profissionais de rádio e TV podem pedir para gravar logo a entrevista. Atenda ao pedido, mesmo que o pessoal de jornal proteste. Considere que os repórteres de jornal têm mais tempo para trabalhar a notícia, além do que precisam sempre de mais detalhes.

Saiba mais: http://www.fenaj.org.br/mobicom/manual_de_assessoria_de_imprensa.pdf

Jornalistas têm reajuste salarial de 4,79%

Os salários dos jornalistas que atuam em jornais e revistas da grande São Paulo foram reajustados em 4,79% com base no INPC do período entre dezembro de 2006 e novembro de 2007. O reajuste foi definido durante a convenção coletiva em dezembro passado. O piso da categoria que trabalha 5 horas é de R$ 1.650,44 e de 7 horas, R$ 2.640,71.
Este reajuste automático faz parte do acordo fechado na campanha passada entre o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e o sindicato patronal de jornais e Revistas da Capital, que prevê a mudança da data-base de dezembro para 1º de junho de 2008.

Fonte: Sindicato dos Jornalistas de São Paulo

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

A Imparcialidade não existe


Contar a história, traduzir a realidade, formar opiniões, narrar fatos, descrevê-los, investigá-los, discuti-los, questioná-los. O jornalismo é fascinante. Intriga, desafia, alucina, emociona, vicia. Nos faz rir, chorar, odiar, transpirar. Realmente é o quarto poder. Pode ser usado para o bem e para o mal. Pode ser bem e mal feito. O jornalismo informa, denuncia, entretém.
Será que existe imparcialidade no jornalismo? É uma das questões que nos vêm à cabeça. No primeiro ano de faculdade eu perguntava e ao mesmo tempo respondia sobre o tipo de profissional que almejava ser. Defendia com unhas e dentes a ética nessa nobre profissão. Queria ser uma jornalista comprometida com a verdade e a isenção.
Nas aulas de filosofia, quanta decepção. Quando o professor disse que a verdade não existia e que tudo o que pensamos, falamos, escrevemos é um ponto de vista, levei um susto. Para o filósofo alemão Nietzsche a verdade não pode ser definida porque não se pode alcançar uma certeza sobre isso, logo, é um ponto de vista.
A verdade dependeria de um contrato social. A grosso modo, é como se a sociedade combinasse o que seria verdadeiro ou falso, ético ou não, bom ou mau. Algo arbitrário. Por exemplo: vamos chamar esse objeto cilíndrico de madeira que tem grafite no seu interior e serve para escrever, de lápis. Então está combinado, se a pessoa apontá-lo como lápis será verdade. Se disser caneta, será falso. Da mesma forma, funcionará com os fatos e tudo o que pensarmos e escrevermos.
E se uma pessoa jurasse falar a verdade enquanto concede uma entrevista, mas estivesse mentindo? Nem o repórter, nem o leitor saberiam. Se somente ela soubesse do fato e falasse algo inverídico, certamente a versão daquela pessoa seria publicada. Então, o compromisso não é com a verdade. Que coisa esquisita... E constante no jornalismo.
Muitos jornalistas batem no peito orgulhosos e enchem a boca para dizer que ouvem fontes distintas envolvidas em um mesmo fato e se dizem imparciais. Ledo engano. São apenas diferentes versões, uma sucessão de pontos de vista. É triste. Fui como um desses jornalistas. Acreditei ser diferente. Hoje, estou mais realista.
Podemos buscar uma informação honesta para o público, procurarmos fontes que dêem opiniões diferenciadas sobre um mesmo fato e quem sabe contribuirmos para que o público tire suas próprias conclusões, mas nos julgarmos imparciais, jamais. Por que? Porque os textos são reféns de seus atores. Intencionalmente ou não, o jornalista na apuração, na redação ou na edição de suas matérias, acaba selecionando determinados aspectos em detrimento de outros. Mas por que? Pela criação que recebeu, pela cultura que acumulou, pelas experiências vividas e na maioria das vezes, por ordens de seus superiores.
Infelizmente, o jornalista é aquele que aprendeu a ser ético até o ponto em que a imagem do veículo no qual trabalha não seja prejudicada. Se sair da linha, não se encaixa no perfil da empresa. Ordens são ordens. É, a realidade profissional do jornalista não é glamourosa como muitos imaginam.
Em defesa da parcialidade ouvimos: como arrumar um emprego em meio a um mercado cada vez mais competitivo se não obedecermos à “linha editorial do veículo”? É, parafraseando Fernando Pessoa, o jornalismo não é preciso, mas sobreviver é preciso. Por essa e outras, seria, no mínimo, romântico dizer que a atividade jornalística é pautada pela transparência.
Na realidade o que se vê é um jornalismo que está na corda bamba. Tenta se equilibrar entre o exercício profissional honesto e os interesses comerciais das empresas que chegam a vender suas almas para chamarem a atenção e multiplicarem seus negócios, às custas, sobretudo, da exploração da desgraça alheia por meio da veiculação exagerada de notícias policiais e da invasão da privacidade das pessoas, quer anônimas, quer famosas. Os nossos jornais impressos de cada dia, os noticiários da TV, os programas de rádio, as revistas semanais e os sites de notícias escondem coisas que só os profissionais das redações sabem dizer.



domingo, 27 de janeiro de 2008

Código de Ética

Retomando o assunto do post anterior, nada mais pertinente do que a norma de conduta do profissional de jornalismo: O Código de Ética do Jornalista Brasileiro, aprovado por delegações de 23 estados, presentes no Congresso Extraordinário dos Jornalistas, realizado em Vitória (ES) de 3 a 5 de agosto de 2007.

Capítulo I - Do direito à informação

Artigo 1º O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros tem como base o direito fundamental do cidadão à informação, que abrange seu o direito de informar, de ser informado e de ter acesso à informação.
Artigo 2º Como o acesso à informação de relevante interesse público é um direito fundamental, os jornalistas não podem admitir que ele seja impedido por nenhum tipo de interesse, razão por que:
I - a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independentemente de sua natureza jurídica - se pública, estatal ou privada - e da linha política de seus proprietários e/ou diretores.
II - a produção e a divulgação da informação devem se pautar pela veracidade dos fatos e ter por finalidade o interesse público;
III - a liberdade de imprensa, direito e pressuposto do exercício do jornalismo, implica compromisso com a responsabilidade social inerente à profissão;
IV - a prestação de informações pelas organizações públicas e privadas, incluindo as não-governamentais, é uma obrigação social.
V - a obstrução direta ou indireta à livre divulgação da informação, a aplicação de censura e a indução à autocensura são delitos contra a sociedade, devendo ser denunciadas à comissão de ética competente, garantido o sigilo do denunciante.

Capítulo II - Da conduta profissional do jornalista
Artigo 3º O exercício da profissão de jornalista é uma atividade de natureza social, estando sempre subordinado ao presente Código de Ética.
Artigo 4º O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, razão pela qual ele deve pautar seu trabalho pela precisa apuração e pela sua correta divulgação.
Artigo 5º É direito do jornalista resguardar o sigilo da fonte.
Artigo 6º É dever do jornalista:
I - opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos;
II - divulgar os fatos e as informações de interesse público;
III - lutar pela liberdade de pensamento e de expressão;
IV - defender o livre exercício da profissão;
V - valorizar, honrar e dignificar a profissão;
VI - não colocar em risco a integridade das fontes e dos profissionais com quem trabalha;
VII - combater e denunciar todas as formas de corrupção, em especial quando exercidas com o objetivo de controlar a informação;
VIII - respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão;
IX - respeitar o direito autoral e intelectual do jornalista em todas as suas formas;
X - defender os princípios constitucionais e legais, base do estado democrático de direito;
XI - defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias individuais e coletivas, em especial as das crianças, dos adolescentes, das mulheres, dos idosos, dos negros e das minorias;
XII - respeitar as entidades representativas e democráticas da categoria;
XIII - denunciar as práticas de assédio moral no trabalho às autoridades e, quando for o caso, à comissão de ética competente;
XIV - combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza.
Artigo 7º O jornalista não pode:
I - aceitar ou oferecer trabalho remunerado em desacordo com o piso salarial, a carga horária legal ou tabela fixada por sua entidade de classe, nem contribuir ativa ou passivamente para a precarização das condições de trabalho;
II - submeter-se a diretrizes contrárias à precisa apuração dos acontecimentos e à correta divulgação da informação;
III - impedir a manifestação de opiniões divergentes ou o livre debate de idéias;
IV - expor pessoas ameaçadas, exploradas ou sob risco de vida, sendo vedada a sua identificação, mesmo que parcial, pela voz, traços físicos, indicação de locais de trabalho ou residência, ou quaisquer outros sinais;
V - usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime;
VI - realizar cobertura jornalística para o meio de comunicação em que trabalha sobre organizações públicas, privadas ou não-governamentais, da qual seja assessor, empregado, prestador de serviço ou proprietário, nem utilizar o referido veículo para defender os interesses dessas instituições ou de autoridades a elas relacionadas;
VII - permitir o exercício da profissão por pessoas não-habilitadas;
VIII - assumir a responsabilidade por publicações, imagens e textos de cuja produção não tenha participado;
IX - valer-se da condição de jornalista para obter vantagens pessoais.

Capítulo III - Da responsabilidade profissional do jornalista
Artigo 8º O jornalista é responsável por toda a informação que divulga, desde que seu trabalho não tenha sido alterado por terceiros, caso em que a responsabilidade pela alteração será de seu autor.
Art 9º A presunção de inocência é um dos fundamentos da atividade jornalística.
Artigo 10. A opinião manifestada em meios de informação deve ser exercida com responsabilidade.
Artigo 11. O jornalista não pode divulgar informações:
I - visando o interesse pessoal ou buscando vantagem econômica;
II - de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos, especialmente em cobertura de crimes e acidentes;
III - obtidas de maneira inadequada, por exemplo, com o uso de identidades falsas, câmeras escondidas ou microfones ocultos, salvo em casos de incontestável interesse público e quando esgotadas todas as outras possibilidades de apuração;
Artigo 12. O jornalista deve:
I - ressalvadas as especificidades da assessoria de imprensa, ouvir sempre, antes da divulgação dos fatos, o maior número de pessoas e instituições envolvidas em uma cobertura jornalística, principalmente aquelas que são objeto de acusações não suficientemente demonstradas ou verificadas;
II - buscar provas que fundamentem as informações de interesse público;
III - tratar com respeito todas as pessoas mencionadas nas informações que divulgar;
IV - informar claramente à sociedade quando suas matérias tiverem caráter publicitário ou decorrerem de patrocínios ou promoções;
V - rejeitar alterações nas imagens captadas que deturpem a realidade, sempre informando ao público o eventual uso de recursos de fotomontagem, edição de imagem, reconstituição de áudio ou quaisquer outras manipulações;
VI - promover a retificação das informações que se revelem falsas ou inexatas e defender o direito de resposta às pessoas ou organizações envolvidas ou mencionadas em matérias de sua autoria ou por cuja publicação foi o responsável;
VII - defender a soberania nacional em seus aspectos político, econômico, social e cultural;
VIII - preservar a língua e a cultura do Brasil, respeitando a diversidade e as identidades culturais;
IX - manter relações de respeito e solidariedade no ambiente de trabalho;
X - prestar solidariedade aos colegas que sofrem perseguição ou agressão em conseqüência de sua atividade profissional.

Capítulo IV - Das relações profissionais
Artigo 13. A cláusula de consciência é um direito do jornalista, podendo o profissional se recusar a executar quaisquer tarefas em desacordo com os princípios deste Código de Ética ou que agridam as suas convicções.Parágrafo único. Esta disposição não pode ser usada como argumento, motivo ou desculpa para que o jornalista deixe de ouvir pessoas com opiniões divergentes das suas.
Artigo 14. O jornalista não deve:
I - acumular funções jornalísticas ou obrigar outro profissional a fazê-lo, quando isso implicar substituição ou supressão de cargos na mesma empresa. Quando, por razões justificadas, vier a exercer mais de uma função na mesma empresa, o jornalista deve receber a remuneração correspondente ao trabalho extra;II - ameaçar, intimidar ou praticar assédio moral e/ou sexual contra outro profissional, devendo denunciar tais práticas à comissão de ética competente;III - criar empecilho à legítima e democrática organização da categoria.
Capítulo V - Da aplicação do Código de Ética e disposições finaisArtigo 15. As transgressões ao presente Código de Ética serão apuradas, apreciadas e julgadas pelas comissões de ética dos sindicatos e, em segunda instância, pela Comissão Nacional de Ética.
§ 1º As referidas comissões serão constituídas por cinco membros.
§ 2º As comissões de ética são órgãos independentes, eleitas por voto direto, secreto e universal dos jornalistas. Serão escolhidas junto com as direções dos sindicatos e da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), respectivamente. Terão mandatos coincidentes, porém serão votadas em processo separado e não possuirão vínculo com os cargos daquelas diretorias.
§ 3º A Comissão Nacional de Ética será responsável pela elaboração de seu regimento interno e, ouvidos os sindicatos, do regimento interno das comissões de ética dos sindicatos.
Artigo 16. Compete à Comissão Nacional de Ética:
I - julgar, em segunda e última instância, os recursos contra decisões de competência das comissões de ética dos sindicatos;
II - tomar iniciativa referente a questões de âmbito nacional que firam a ética jornalística;
III - fazer denúncias públicas sobre casos de desrespeito aos princípios deste Código;
IV - receber representação de competência da primeira instância quando ali houver incompatibilidade ou impedimento legal e em casos especiais definidos no Regimento Interno;
V - processar e julgar, originariamente, denúncias de transgressão ao Código de Ética cometidas por jornalistas integrantes da diretoria e do Conselho Fiscal da FENAJ, da Comissão Nacional de Ética e das comissões de ética dos sindicatos;
VI - recomendar à diretoria da FENAJ o encaminhamento ao Ministério Público dos casos em que a violação ao Código de Ética também possa configurar crime, contravenção ou dano à categoria ou à coletividade.
Artigo 17. Os jornalistas que descumprirem o presente Código de Ética estão sujeitos às penalidades de observação, advertência, suspensão e exclusão do quadro social do sindicato e à publicação da decisão da comissão de ética em veículo de ampla circulação.
Parágrafo único - Os não-filiados aos sindicatos de jornalistas estão sujeitos às penalidades de observação, advertência, impedimento temporário e impedimento definitivo de ingresso no quadro social do sindicato e à publicação da decisão da comissão de ética em veículo de ampla circulação.
Artigo 18. O exercício da representação de modo abusivo, temerário, de má-fé, com notória intenção de prejudicar o representado, sujeita o autor à advertência pública e às punições previstas neste Código, sem prejuízo da remessa do caso ao Ministério Público.
Artigo 19. Qualquer modificação neste Código só poderá ser feita em congresso nacional de jornalistas mediante proposta subscrita por, no mínimo, dez delegações representantes de sindicatos de jornalistas.

Fonte: FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas)


Falando em Código de Ética, a Associação Brasileira de Propriedade Intelectual dos Jornalistas Profissionais abriu um espaço para debater a necessidade de se formular um novo código de ética para os profissionais da comunicação. Façam seus comentários no http://www.autor.org.br

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

A Ética no Jornalismo

Muito se fala em ética no exercício da prática jornalística. Como fazer um trabalho pautado pelo bom senso e transparência? Essa questão faz parte do nosso dia-a-dia. Seja na apuração, reportagem, edição ou seleção de fatos noticiosos, em algum momento nos vemos questionando a relação do jornalista com a fonte, a informação plantada, o que é preciso saber, publicar ou não. São tantas questões. Mas não há um manual, como o de redação para nos ajudar a como proceder. A ética no jornalismo é construída um dia após o outro. Depende dos fatos, de cada caso e depende de nós, profisisonais.
Não há dúvidas de que ao longo dos anos a imprensa brasileira progrediu bastante. Jornalistas tomaram para si a responsabilidade de primar pela ética, enquanto, esse passo deveria ser dado pelos seus patrões. De todo modo, zelou-se pela prática do bom jornalismo.
É de fundamental importância que os profissionais de imprensa discutam temas como ética e democratização da informação constantemente. Não podemos deixar cair no esquecimento o desejo de tantas pessoas: a liberdade de informação. Há muita coisa a fazer. A concentração da informação nas mãos de uma minoria é preocupante. Devemos arregaçar as mangas e nos esforçar para essa realidade mudar.
O art. 6º do Código de Ética diz que o exercício da profissão do jornalista é uma atividade de natureza social e com finalidade pública. Mas o que vemos hoje é a conduta do jornalista subordinada a interesses das empresas jornalísticas e a dinheiro. O desrespeito ao jornalismo, infelizmente, é algo comum. A mercantilização da notícia, o sensacionalismo desmedido, a corrupção dos valores éticos se tornaram práticas corriqueiras. Nós, jornalistas, não podemos concordar com essa farsa. Chega de discursos baratos. Não basta debates calorosos. É preciso mudança. A começar pela mentalidade de nossos profissionais do jornalismo, seguindo pelos veículos de comunicação aos nossos governantes.
A informação como um bem público é vital à democracia e deve ser respeitada. "A democracia se apresenta como um critério ético fundamental para a comunicação na medida em que fornece condições de sermos todos iguais em direitos, deveres e dignidade; sem ela, mergulhamos no arbítrio, na barbárie, no pântano dos privilégios e da corrupção. "
Então, mãos à obra!!!!!!!!! Que nossaas redações e mentalidades sejam contaminadas pela ética!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Tabela para trabalhos freelancer

Confira os valores para trabalhos freelancer segundo o Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo:

Reportagem editorial para qualquer mídia ( lauda com 1.400 caracteres com espaços) com uma fonte ------------------------------R$ 144,00
Com duas ou três fontes (mais 25%)----------R$ 179,00
Com quatro ou mais fontes (mais 50%)-------R$ 214,00
Edição (Preço por página) Standard------------------------------------R$ 147,00
Tablóide------------------------------------R$ 106,50
Revista-------------------------------------R$ 86,50
Veículo Eletrônico (Página com 1.400 caracteres, incluindo espaços) ---R$ 185,50
Pauta com até 3 contatos prévios ------------R$ 169,50
Pauta com mais de 3 contatos prévios--------R$ 226,00

TRABALHOS

Sou jornalista há sete anos e também tenho graduação em Letras. Possuo registro profissional do Ministério do Trabalho (MTB).

Atuei como repórter de diversas editorias (economia, política, sindical, educação, saúde, comportamento, esporte, educação, cidades, geral etc) em jornal impresso, rádio e revista. Também tenho experiência como colunista, produtora de programas de rádio e TV, e revisora.

Atualmente trabalho como jornalista e revisora freelancer. Além de reportagens para boletins, jornais, revistas e sites, faço revisão e edição de material jornalístico, e revisão e formatação de trabalhos acadêmicos (TCC, monografias de pós-graduação, MBA, projetos de conclusão de curso etc).

Também faço um trabalho voluntário como assessora de imprensa para uma ONG de Volta Redonda, RJ. Trata-se da ONG Centro Social Frutificand, que promove projetos sociais voltados à população carente do município. Entre as ações estão: cursos profissionalizantes, ações beneficientes, assistência jurídica gratuita e distribuição de cestas-básicas.

Apresentação

Olá,



Dedico esta primeira postagem a me apresentar. Me chamo Luciana, tenho 28 anos, nasci em Volta Redonda, sul do estado do Rio de Janeiro. Sou casada e moro atualmente em São Paulo.

Sou formada em jornalismo há cinco anos e também tenho graduação em Letras com habilitação em Literatura.



Neste espaço vou publicar e divulgar trabalhos elaborados por mim como jornalista freelancer, artigos e matérias relacionadas ao jornalismo. Aqui poderemos estabelecer contatos profissionais e conversar sobre questões que envolvem Comunicação Social.



Textos pessoais e sobre assuntos diversos da atualidade escrevo no blog http://multi-ideias.zip.net/ Visite, opine! Será um prazer receber sua visita.



Aqui, neste espaço, também seja bem-vindo!