Contar a história, traduzir a realidade, formar opiniões, narrar fatos, descrevê-los, investigá-los, discuti-los, questioná-los. O jornalismo é fascinante. Intriga, desafia, alucina, emociona, vicia. Nos faz rir, chorar, odiar, transpirar. Realmente é o quarto poder. Pode ser usado para o bem e para o mal. Pode ser bem e mal feito. O jornalismo informa, denuncia, entretém.
Será que existe imparcialidade no jornalismo? É uma das questões que nos vêm à cabeça. No primeiro ano de faculdade eu perguntava e ao mesmo tempo respondia sobre o tipo de profissional que almejava ser. Defendia com unhas e dentes a ética nessa nobre profissão. Queria ser uma jornalista comprometida com a verdade e a isenção.
Nas aulas de filosofia, quanta decepção. Quando o professor disse que a verdade não existia e que tudo o que pensamos, falamos, escrevemos é um ponto de vista, levei um susto. Para o filósofo alemão Nietzsche a verdade não pode ser definida porque não se pode alcançar uma certeza sobre isso, logo, é um ponto de vista.
A verdade dependeria de um contrato social. A grosso modo, é como se a sociedade combinasse o que seria verdadeiro ou falso, ético ou não, bom ou mau. Algo arbitrário. Por exemplo: vamos chamar esse objeto cilíndrico de madeira que tem grafite no seu interior e serve para escrever, de lápis. Então está combinado, se a pessoa apontá-lo como lápis será verdade. Se disser caneta, será falso. Da mesma forma, funcionará com os fatos e tudo o que pensarmos e escrevermos.
E se uma pessoa jurasse falar a verdade enquanto concede uma entrevista, mas estivesse mentindo? Nem o repórter, nem o leitor saberiam. Se somente ela soubesse do fato e falasse algo inverídico, certamente a versão daquela pessoa seria publicada. Então, o compromisso não é com a verdade. Que coisa esquisita... E constante no jornalismo.
Muitos jornalistas batem no peito orgulhosos e enchem a boca para dizer que ouvem fontes distintas envolvidas em um mesmo fato e se dizem imparciais. Ledo engano. São apenas diferentes versões, uma sucessão de pontos de vista. É triste. Fui como um desses jornalistas. Acreditei ser diferente. Hoje, estou mais realista.
Podemos buscar uma informação honesta para o público, procurarmos fontes que dêem opiniões diferenciadas sobre um mesmo fato e quem sabe contribuirmos para que o público tire suas próprias conclusões, mas nos julgarmos imparciais, jamais. Por que? Porque os textos são reféns de seus atores. Intencionalmente ou não, o jornalista na apuração, na redação ou na edição de suas matérias, acaba selecionando determinados aspectos em detrimento de outros. Mas por que? Pela criação que recebeu, pela cultura que acumulou, pelas experiências vividas e na maioria das vezes, por ordens de seus superiores.
Infelizmente, o jornalista é aquele que aprendeu a ser ético até o ponto em que a imagem do veículo no qual trabalha não seja prejudicada. Se sair da linha, não se encaixa no perfil da empresa. Ordens são ordens. É, a realidade profissional do jornalista não é glamourosa como muitos imaginam.
Em defesa da parcialidade ouvimos: como arrumar um emprego em meio a um mercado cada vez mais competitivo se não obedecermos à “linha editorial do veículo”? É, parafraseando Fernando Pessoa, o jornalismo não é preciso, mas sobreviver é preciso. Por essa e outras, seria, no mínimo, romântico dizer que a atividade jornalística é pautada pela transparência.
Na realidade o que se vê é um jornalismo que está na corda bamba. Tenta se equilibrar entre o exercício profissional honesto e os interesses comerciais das empresas que chegam a vender suas almas para chamarem a atenção e multiplicarem seus negócios, às custas, sobretudo, da exploração da desgraça alheia por meio da veiculação exagerada de notícias policiais e da invasão da privacidade das pessoas, quer anônimas, quer famosas. Os nossos jornais impressos de cada dia, os noticiários da TV, os programas de rádio, as revistas semanais e os sites de notícias escondem coisas que só os profissionais das redações sabem dizer.
Será que existe imparcialidade no jornalismo? É uma das questões que nos vêm à cabeça. No primeiro ano de faculdade eu perguntava e ao mesmo tempo respondia sobre o tipo de profissional que almejava ser. Defendia com unhas e dentes a ética nessa nobre profissão. Queria ser uma jornalista comprometida com a verdade e a isenção.
Nas aulas de filosofia, quanta decepção. Quando o professor disse que a verdade não existia e que tudo o que pensamos, falamos, escrevemos é um ponto de vista, levei um susto. Para o filósofo alemão Nietzsche a verdade não pode ser definida porque não se pode alcançar uma certeza sobre isso, logo, é um ponto de vista.
A verdade dependeria de um contrato social. A grosso modo, é como se a sociedade combinasse o que seria verdadeiro ou falso, ético ou não, bom ou mau. Algo arbitrário. Por exemplo: vamos chamar esse objeto cilíndrico de madeira que tem grafite no seu interior e serve para escrever, de lápis. Então está combinado, se a pessoa apontá-lo como lápis será verdade. Se disser caneta, será falso. Da mesma forma, funcionará com os fatos e tudo o que pensarmos e escrevermos.
E se uma pessoa jurasse falar a verdade enquanto concede uma entrevista, mas estivesse mentindo? Nem o repórter, nem o leitor saberiam. Se somente ela soubesse do fato e falasse algo inverídico, certamente a versão daquela pessoa seria publicada. Então, o compromisso não é com a verdade. Que coisa esquisita... E constante no jornalismo.
Muitos jornalistas batem no peito orgulhosos e enchem a boca para dizer que ouvem fontes distintas envolvidas em um mesmo fato e se dizem imparciais. Ledo engano. São apenas diferentes versões, uma sucessão de pontos de vista. É triste. Fui como um desses jornalistas. Acreditei ser diferente. Hoje, estou mais realista.
Podemos buscar uma informação honesta para o público, procurarmos fontes que dêem opiniões diferenciadas sobre um mesmo fato e quem sabe contribuirmos para que o público tire suas próprias conclusões, mas nos julgarmos imparciais, jamais. Por que? Porque os textos são reféns de seus atores. Intencionalmente ou não, o jornalista na apuração, na redação ou na edição de suas matérias, acaba selecionando determinados aspectos em detrimento de outros. Mas por que? Pela criação que recebeu, pela cultura que acumulou, pelas experiências vividas e na maioria das vezes, por ordens de seus superiores.
Infelizmente, o jornalista é aquele que aprendeu a ser ético até o ponto em que a imagem do veículo no qual trabalha não seja prejudicada. Se sair da linha, não se encaixa no perfil da empresa. Ordens são ordens. É, a realidade profissional do jornalista não é glamourosa como muitos imaginam.
Em defesa da parcialidade ouvimos: como arrumar um emprego em meio a um mercado cada vez mais competitivo se não obedecermos à “linha editorial do veículo”? É, parafraseando Fernando Pessoa, o jornalismo não é preciso, mas sobreviver é preciso. Por essa e outras, seria, no mínimo, romântico dizer que a atividade jornalística é pautada pela transparência.
Na realidade o que se vê é um jornalismo que está na corda bamba. Tenta se equilibrar entre o exercício profissional honesto e os interesses comerciais das empresas que chegam a vender suas almas para chamarem a atenção e multiplicarem seus negócios, às custas, sobretudo, da exploração da desgraça alheia por meio da veiculação exagerada de notícias policiais e da invasão da privacidade das pessoas, quer anônimas, quer famosas. Os nossos jornais impressos de cada dia, os noticiários da TV, os programas de rádio, as revistas semanais e os sites de notícias escondem coisas que só os profissionais das redações sabem dizer.
Fonte: http://multi-ideias.zip.net/