Teorias à parte, comunicação, hoje em dia, é a palavra-chave. Quem não sabe se comunicar, leia-se: se expressar corretamente a ponto de se fazer entender, estará fadado ao fracasso, sobretudo, no mercado de trabalho.
Uma pessoa me disse, certa vez, que um colega seu de trabalho era super comunicativo. Ele tinha presença nas reuniões, era eloqüente e sua maior marca era a persuasão. O discurso era muito bom, mas na prática, os resultados não convenciam.
O tempo passou e sua produtividade não persuadia mais ninguém. Era muito político, amigo de todos, mas se pudesse, esmagaria quem fosse para ocupar um cargo de destaque na empresa. A tal pessoa sabia se comunicar, mas era um mau profissional.
Na verdade, essa pessoa sabia se colocar em público e utilizava a comunicação de maneira egoísta e oportunista. Sem sabedoria alguma. Pois é. Neste processo do "tornar comum", a sabedoria vale ouro. Falar a coisa certa no momento apropriado é fundamental para o sucesso em nossa comunicação diária. O segredo é saber ouvir.
Já reparou que as brigas familiares começam com pequenas discussões em que uma das partes só quer falar e não ouve o outro? No ambiente de trabalho é a mesma coisa. Se apenas um quiser impor seus argumentos e se achar sempre certo, ainda que eloqüente, não saberá ouvir o que seus superiores têm a dizer e fatalmente será demitido. E se não ouvir o colega de trabalho, também será dispensado, pois provou que não trabalhar em grupo.
Ser comunicativo não significa que a pessoa seja flexível. Ao ouvir o outro, nos colocamos no lugar dele e aprendemos com ele. Quando compreendemos o ponto de vista do nosso interlocutor, ainda que descordemos da sua opinião, o respeito à posição dele cria um ambiente favorável. O relacionamento fica positivo, o trabalho rende, conseqüentemente, a comunicação é eficaz.
Costumam dizer que a pessoa que trabalha com comunicação, jornalista em especial, necessariamente, precisa ser extrovertida e comunicativa, leia-se: falante. Esta questão é controversa. Penso que não se trata de falar aleatoriamente, por impulso, mas falar o que realmente importa. Ser um bom ouvinte é essencial para uma boa comunicação.
Logo, para o jornalista saber ouvir é tão importante quanto falar, senão, mais.
Exercite, seja um bom ouvinte!